8 ações globais mais recomendadas por corretoras brasileiras em julho

Quer investir em ações no exterior? Veja as recomendações de especialistas para julho

Superado o primeiro semestre de estresse elevado em Nova York, os gestores brasileiros voltam a ganhar confiança nas ações globais, especialmente nas chamadas “sete magníficas”, que reúnem os gigantes da tecnologia e consumo como Apple, Tesla, Microsoft, Meta, Amazon, Alphabet e Nvidia.

Com a trégua nas tensões comerciais entre EUA e China, além da expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve ainda este ano, o cenário de ativos globais ficou mais atraente, mas ainda exige cautela. A orientação das corretoras é clara: ser tático nas alocações, evitar concentração e buscar teses sólidas em empresas com atuação globais.

Confira as 8 ações globais mais recomendadas por corretoras brasileiras em julho, com base nas carteiras de Ágora, BTG, Empiricus, Itaú BBA, Santander e XP, segundo levantamento do Valor Investe.

1. Amazon (AMZO34) – Presente em 5 das 6 carteiras

A gigante do e-commerce permanece como a favorita entre os analistas. A Amazon combina varejo com computação em nuvem, o que oferece resiliência diante da possível desaceleração econômica. A Empiricus destaca o papel como proteção em tempos incertos, enquanto o Itaú BBA vê espaço para alta mesmo após fortes valorizações.

2. Nvidia (NVDC34) – Em 4 carteiras

Após um breve período de perda de protagonismo, a Nvidia retomou o posto de estrela do mercado. Sua liderança no segmento de inteligência artificial, somada a um balanço robusto, a tornou destaque no BTG, que aumentou a alocação em julho. A empresa também figura na carteira da Ágora e do Santander.

3. JP Morgan (JPMC34) – Em 4 carteiras

O setor financeiro voltou ao radar dos gestores com força, principalmente após as apostas em uma possível desregulação no setor bancário americano. O JP Morgan aparece como forma de exposição defensiva em tempos de juros elevados e incertezas fiscais nos EUA. Itaú BBA e XP reforçaram suas posições no papel.

4. Microsoft (MSFT34) – Em 3 carteiras

A Big Tech continua sólida entre os analistas. Com crescimento consistente, modelo de receita recorrente e forte aposta em inteligência artificial, a Microsoft segue relevante. Santander, BTG e XP mantiveram posições, e seu destaque se deve à previsibilidade financeira.

5. Meta (M1TA34) – Em 3 carteiras

A empresa por trás do Facebook, Instagram e WhatsApp vem sendo reconhecida como uma das que melhor integraram a IA em seus modelos de negócio. Com múltiplos ainda atrativos, segundo a Empiricus, a Meta é uma das apostas de valorização para o segundo semestre.

6. Alphabet (GOGL34) – Em 3 carteiras

Dona do Google e do YouTube, a Alphabet voltou a ser protagonista nas recomendações. A diversificação de receitas, aliada ao avanço em tecnologias como cloud computing e IA, tornou o papel um consenso tático entre as casas. Aparece em carteiras como Itaú BBA, Santander e XP.

7. Alibaba (BABA34) – Em 2 carteiras

A gigante chinesa do varejo digital surge como opção estratégica em meio ao aumento da exposição das corretoras ao mercado asiático. A Empiricus destaca o valuation atrativo e o potencial de crescimento com a reabertura da economia chinesa, enquanto a XP vê a empresa como uma das principais oportunidades na Ásia.

8. Berkshire Hathaway (BERK34) – Em 2 carteiras

A holding de Warren Buffett continua atraente para quem busca solidez e exposição a diversos setores da economia americana. A Empiricus destaca a Berkshire como âncora defensiva para momentos de volatilidade e possível desaceleração nos EUA.

O que está por trás das mudanças?

Apesar do retorno do apetite por ações americanas, as corretoras seguem adotando uma abordagem tática. A Apple, por exemplo, perdeu espaço por conta da dependência da cadeia produtiva chinesa. Já o setor financeiro ganhou fôlego com o JP Morgan, especialmente por conta do cenário de juros mais altos e possível desregulação.

“A volta do otimismo com os EUA, após uma trégua nas tarifas e um acordo preliminar com a China, se soma à expectativa de início do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) até o fim do ano. E isso está fazendo preço”, explica Ricardo França, da Ágora.

A XP também faz ressalvas: “Mantemos cautela diante do ambiente de incertezas, limitando o tamanho das exposições, ao mesmo tempo em que buscamos oportunidades em diferentes regiões, temas e setores”, dizem os estrategistas Fernando Ferreira e Raphael Figueredo.

Tendências por corretora

• Ágora: Aposta em diversificação geográfica. Destaque para Nvidia, Citigroup, e ETFs globais.
• BTG: Sai Apple, entra ServiceNow e Raytheon, mirando IA e defesa.
• Empiricus: Aumenta exposição em Amazon e Meta. Visa e Berkshire ainda fortes.
• Itaú BBA: Substitui Mercado Livre por JP Morgan. Carteira com 100% em grandes nomes.
• Santander: Reforço em Microsoft e Nvidia, com menor peso em bancos.
• XP: Redução em tecnologia, aumento de exposição à Europa e China (Baidu, AstraZeneca, Citi).

O recado para o investidor brasileiro

O segundo semestre promete oportunidades, mas com riscos. As ações globais mais recomendadas carregam apostas em megatendências como inteligência artificial, reindustrialização, segurança cibernética e transformação digital.

A lição dos analistas é clara: diversificação internacional deixou de ser um luxo, virou necessidade para quem busca segurança e crescimento patrimonial em 2025, invista em ações globais.

Fonte: Valor Investe
Link original: Valor Investe