Itamaraty convoca diplomata dos EUA após nota pró‑Bolsonaro, nesta segunda-feira (7)

Declaração de apoio a Bolsonaro feita por Trump provoca reação do governo brasileiro

Em meio ao aumento da tensão diplomática, o Itamaraty convocou o diplomata dos EUA no Brasil após uma nota emitida pela Embaixada americana reforçar as recentes declarações do presidente Donald Trump em defesa de Jair Bolsonaro. O gesto foi considerado uma interferência nos assuntos internos do país e gerou forte repercussão em Brasília.

A crise teve início nesta segunda-feira (7), quando Trump voltou a defender publicamente o ex-presidente brasileiro, atualmente réu por tentativa de golpe de Estado. Em sua fala, o presidente americano afirmou que Bolsonaro está sendo vítima de uma “caça às bruxas”. No dia seguinte, reiterou o discurso em suas redes sociais.

Nota dos EUA eleva tom da crise

Na quarta-feira (9), a Embaixada dos EUA publicou um comunicado polêmico, no qual qualificou como “vergonhosa” a suposta “perseguição política” contra Bolsonaro, sua família e seus apoiadores. O texto diz ainda que o ex-presidente brasileiro tem sido um “forte parceiro” dos americanos e que o atual cenário “desrespeita as tradições democráticas do Brasil”.

A resposta do governo brasileiro foi imediata. O Ministério das Relações Exteriores convocou o encarregado de negócios dos EUA para prestar esclarecimentos formais. A diplomacia brasileira viu na nota uma tentativa de interferência direta nas instituições nacionais, especialmente em processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

STF e Eduardo Bolsonaro no centro da tensão

Bolsonaro, que responde judicialmente por tentativa de golpe, também é citado em investigações que envolvem sua atuação durante os atos de 8 de janeiro. Nos bastidores, um dos protagonistas dessa articulação tem sido seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está em solo americano.

Eduardo vem se reunindo com políticos conservadores nos EUA para ampliar a pressão internacional em favor do pai. Sua movimentação chamou atenção da Suprema Corte, que investiga se o parlamentar estaria agindo contra autoridades brasileiras e desrespeitando a soberania nacional.

Trump amplia pressão e envolve Justiça americana

Além das manifestações públicas, o embate ganhou mais um capítulo na esfera judicial. A Justiça da Flórida autorizou uma notificação contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, em um processo movido pela Trump Media & Technology Group e pela plataforma Rumble.

As empresas, ligadas a Donald Trump, acusam Moraes de promover censura nas redes sociais brasileiras. O caso promete esquentar ainda mais a relação entre o Brasil e os EUA, num momento em que ambos os países vivem intensos ciclos eleitorais e embates políticos internos.

Implicações diplomáticas

O Itamaraty avalia que as declarações da embaixada americana e os posicionamentos de Trump ultrapassaram os limites do respeito institucional. A convocação do diplomata representa um raro gesto de endurecimento, indicando que o Brasil pretende reagir formalmente à postura dos EUA.

Especialistas em relações internacionais apontam que esse episódio pode marcar uma inflexão nas relações entre os dois países. A aliança ideológica entre Bolsonaro e Trump já era conhecida, mas agora ganha contornos mais tensos diante da judicialização do ex-presidente brasileiro e da polarização crescente nos dois lados do hemisfério.

A geopolítica do conservadorismo

Com Trump novamente em campanha presidencial nos EUA, a defesa de Bolsonaro também é vista como uma estratégia para consolidar apoio entre eleitores de direita no Brasil e nos EUA. A retórica de “caça às bruxas” tem sido um recurso comum entre políticos conservadores que enfrentam investigações.

Ao apoiar Bolsonaro abertamente, Trump reforça seu discurso contra as instituições e tenta mostrar que o conservadorismo sofre perseguições similares em diferentes países. A tática pode gerar dividendos eleitorais, mas compromete o equilíbrio diplomático e o respeito mútuo entre as nações.

EUA

O que esperar a seguir

Embora o Departamento de Estado americano tenha evitado comentar sobre “casos específicos”, fontes próximas ao governo brasileiro afirmam que novos desdobramentos são esperados, tanto no campo diplomático quanto judicial.

O cenário ainda é incerto, mas o episódio evidencia como as eleições nos EUA e os desdobramentos judiciais no Brasil estão interligados por alianças ideológicas e estratégias de poder. Para o Brasil, o desafio agora será equilibrar o discurso soberano com a manutenção de uma relação funcional com sua principal potência parceira no Ocidente.

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